segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Carta ao Pai Natal

Pai Natal,

É a primeira vez que te escrevo uma carta e acho que já nem tenho idade para isso. Se calhar até és capaz de estar zangado comigo pelo facto de nunca termos trocado qualquer correspondência, mas mesmo assim vou pedir a tua ajuda.

Para começar vou contar-te um segredo. Eu adoro o Natal. Faço sempre aquele ar de quem não quer saber quando se fala dele, mas a verdade é que sou uma fanática. Adoro ver as ruas iluminadas e cheias de gente, adoro esbarrar nas pessoas que se amontoam nos centros comerciais, adoro imaginar mil prendas para quem gosto, adoro ouvir aquelas canções de natal que já sei de cor, adoro fazer os embrulhos e colocar laços e mais laços, adoro tudo. Agora que já sabes, vou passar ao essencial, pois não quero cansar-te logo no inicio da carta.

Sei que era bonito pedir paz para o mundo, felicidade para todos os seres humanos e erradicar a fome do planeta, mas de repente sinto-me egoísta e quero falar por mim e de mim. Estou farta de pensar nos outros em primeiro e deixar-me sempre para último plano. Sei que és capaz de compreender a minha posição. Também tu deves ter momentos em que pensas apenas em ti. Natal após Natal também tu deves ficar cansado destes chatos mortais que não param de pedir e utilizar a tua imagem por da cá aquela palha.

Não vou pedir-te brinquedos nem chocolates, não quero ganhar o euro milhões nem viagens as Caraíbas, não quero um porsche nem uma casa junto ao mar, não quero ser famosa nem ter um telemóvel com windows, não quero uma playstation ou uma wii fit, nem ser uma beldade. Não, não quero nada disso Pai Natal.

Se tens estado atento à minha caminhada nesta vida acredito que sabes que, mais do que qualquer outro ano, eu mereço neste um presente que realmente deseje. Às vezes penso que precisas de cooperação nas tuas longas vigílias. Sozinho não deve ser fácil controlar os passos de tanto menino e menina durante todo o ano, e depois enganas-te nos presentes e esqueces algumas casas. Eu sei que não tens culpa, pois começas a ficar cansado e o teu orgulho de Pai Natal não deixa que peças ajuda a mais ninguém. Mas este ano tenho a certeza que vais sair-te muito bem. Tens todo o meu apoio.

Amigo, se é que posso chamar-te assim, este ano quero uma pequena coisa. Descansa que não quero saber de prendas caras, nem quero artefactos de alta tecnologia. Este ano Pai Natal, quero que me tragas de volta o meu amor. Não precisa de embrulho nem de laços de cor. Só precisa de vir. E para te poupar trabalho envio-te em anexo a fotografia e a morada, pois não quero que percas muito tempo com o meu presente, que eu sei que tens outros pedidos difíceis para atender.

Um grande abraço desta amiga.

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