sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Eu estou aqui (3)

É sempre assim. Sem qualquer aviso. Quando ela já não espera mais nada dele, quando o silêncio já ultrapassou os limites, ele surpreende-a. Sem mais nem menos, sem qualquer palavra, vindo do nada, mostra-lhe que ainda está por aí, que não está indiferente.

Queria não pensar nele. Queria não ter o coração a bater como um louco dentro do peito. Queria ficar indiferente. Queria não querer. Mas é inevitável. Basta ele dar um sinal e todas as palavras e actos de negação se desvanecem por completo. Esquece que não quer pensar nele. Esquece a indiferença. Esquece o silêncio. E lá volta tudo mais uma vez ao início.

Ela não percebe porque o quer tanto se no fundo nunca o teve na verdade. Mas o que a incomoda mesmo é não ter a certeza se ele também a quer desta forma estúpida. Será que basta um “eu estou aqui” de vez em quando para ela saber que ele também a quer? Talvez comece a ser pouco mas para já é o que tem e não pode pedir mais.

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