segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amo-te

- E se de repente eu te dissesse que te amo? Mudava alguma coisa? Ficavas admirado? Achavas normal? Diz-me qualquer coisa. Não fiques mudo a olhar para mim. Já perdi alguém muito importante para mim por não lhe dizer o quanto o amava. Agora, contigo, vou saber dizer-te todos os dias o quanto significas para mim, de todas as formas, como se o amanhã não chegasse nunca.

Ele olha para ela sem saber o que responder. Ela está a dizer-lhe tudo aquilo que ele mais queria ouvir, mas faltam-lhe palavras para lhe revelar os seus sentimentos. As pernas começam a tremer e o medo apodera-se dele. E agora, questiona ele. Nunca foi bom com as palavras mas também nunca foi com os silêncios.

Ela começa a desesperar. Nunca sabe o que os silêncios dele podem significar. Se calhar cometeu a maior estupidez desde que se conheceram. Rói as unhas enquanto pensa que se calhar o melhor era ficar por ali. Ele não vai responder mesmo ou então vai dizer qualquer coisa que não tem nada a ver com o assunto.
- Não vais dizer mesmo nada?

Vai começar a gaguejar e é esse o seu maior receio. Mas se não responder sabe que ela vai virar as costas. Não quer perdê-la, logo agora que tem a certeza de que não poderá amar mais ninguém como a ama a ela.
- Eu…eu também…eu…AMO-TE!

O amo-te sai de dentro dele como um grito. Tapa a boca logo a seguir como se tivesse acabado de dizer o maior disparate do mundo. Olha para ela que o observa incrédula. Vai gritar-lhe mais uma vez que a ama. Começa a gostar do som que a palavra liberta.
- AMO-TE!

Agora é ela que não sabe o que responder. Olha para ele como se fosse a primeira vez que o está a ver. Ele parece uma bomba relógio que acaba de explodir, deixando estilhaços por tudo o que e sítio. Talvez o melhor seja apanhar os estilhaços e abraçá-lo já.

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