domingo, 22 de novembro de 2009

As mulheres

O amor é um sentimento curioso, principalmente nas mulheres. Quando pensamos que estamos curadas de um amor falhado temos a capacidade de cair num novo amor com tendência para ser falhado com uma intensidade absolutamente fenomenal, sem dar espaço para qualquer reflexão. Percebemos desde logo que estamos à beira de um abismo mas mesmo assim damos um passo em frente. Pensamos sempre que connosco é diferente, que não vai ser bem assim como dizem e lá vamos nós em grande velocidade. As mulheres nascem com uma capacidade infinita de tentar. Tentamos sempre até não poder mais. Tentamos mesmo quando já não há nada por que valha lutar. Mas tentamos.

O amor deixa-nos estúpidas e apalermadas. O olhar vago, o pensamento a quilómetros luz da terra, começamos a ouvir aquelas músicas que não lembram a ninguém, estamos no verão e já pensamos na prenda deles para o natal, colocamos fotografias pela casa fora, falamos deles a toda a hora e só de ouvir os seus nomes em certos círculos sociais salta-nos o coração do peito.

Às vezes experimentamos fazer do amor um jogo, tal e qual como os homens, mas acabamos sempre por cair de cara no chão. As mulheres não conseguem ser homens e isso está mais que provado. Apaixonamo-nos com a rapidez de um relâmpago. Basta um dia para nos apaixonarmos para todo o sempre por um homem que acabamos de conhecer. Não conseguimos ficar por uma noite, queremos sempre mais e mais noites, porque já acalentamos uma paixão romântica dentro de nós. Conseguimos mesmo apaixonarmo-nos de caixão a cova por um homem que não conhecemos, o que é extraordinário.

As mulheres nunca conseguem ser suficientemente lúcidas nas questões do coração. Mas também para aguentar tanto amor dentro de nós precisamos de ser um pouco loucas, fazer uns poucos de disparates, perder um pouco a lucidez, acreditar um pouco, cair um pouco e levantar logo de seguida, dar sempre mais um pouco do que podemos. Se não for assim podemos explodir de tanto amor que espera para ver a luz do dia.

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