sábado, 21 de novembro de 2009

Quando os meus olhos falam para ti

Agora que não estás aqui queria dizer-te tanta coisa, coisas que nunca te disse, coisas que nunca fui capaz de te contar. Às vezes tenho vontade de pegar no telefone e falar contigo, mas nunca o faço. Olho vezes sem conta para o teu nome na lista, aquele nome que me fazia saltar o coração do peito de cada vez que surgia no ecrã. Nunca chego a fazer a ligação porque sei que não devo e porque sei que não ias atender.

Nunca te disse o quanto gostava de ti. Nunca te contei que adormecia todas as noites com os teus braços a rodear o meu corpo, mesmo quando não estavas comigo. Nunca te disse que estava a apaixonar-me por ti. Nunca te contei que passava os dias a calcular as horas para voltar a estar do teu lado. Nunca te disse que eras o meu menino. Nunca te contei que tenho as tuas fotografias no meu quarto, para que sejas a última coisa que vejo antes de adormecer e a primeira quando acordo.

Agora que não estás aqui imagino mil diálogos que não tivemos, mil coisas que ficaram por fazer. Às vezes tenho vontade de te escrever tudo num papel, mas nunca o faço. Não posso enviar-te uma carta que não saberias compreender porque ainda é cedo para ti, muito tarde para mim, jamais para nós.

Sim, eu sei que o meu olhar é um traidor do meu coração, mas tu não sabes disso. Não sabes que os meus olhos travam mil conversas com os teus. Não sabes que os meus olhos concretizam mil coisas com os teus. Quando olho para ti só podes ver a distância que eu quero que tu vejas, mas os meus olhos falam de saudade e tristeza. Quando estou acompanhada os meus olhos falam de solidão. Quando começo a rir os meus olhos choram. Quando falo os meus olhos estão calados. Mas tu não sabes disso.

Agora que não estás aqui queria poder dizer-te que continuo à tua espera sem estar à espera que voltes. Queria poder dizer-te que morro porque já não estás aqui e estás sempre comigo.

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