sábado, 14 de novembro de 2009

...pensamento do dia...


Se no espaço de um mês perdessem o melhor amigo, o companheiro, o grande amor, a alma gémea, o emprego, a saúde e certos amigos virassem as costas, a quem imputariam a vossa revolta? A Deus? À vida? Ao destino? A quem vos furtou o que mais amavam? A quem partiu? A vocês mesmos?

Num espaço tão curto perdemos o chão que pisamos. Num espaço tão curto a nossa existência parece tão injusta. Num espaço tão curto percebemos como a vida é fugaz. E será que num espaço tão curto temos o discernimento para não nos revoltarmos contra algo ou alguém? Será que temos legitimidade para nos revoltarmos? Será que conseguimos erguer a cabeça sem sentir um pouco de revolta? É um turbilhão de ideias, questões, insurreições, lágrimas e escuridão.

Depois damos a volta por cima. Lambemos as próprias feridas. Simulamos sorrisos. Comunicamos a toda a gente que foi mais uma útil lição. Mas por dentro morre qualquer coisa, uma parte de nós que nunca sabemos bem onde se localizava. As cicatrizes, essas, vão connosco para onde formos. Erguemos a cabeça, mas será que erguemos a pessoa real que em nós habita?

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